Revisiting the City

Rephotographs by Inês d’Orey and Carlos Lobo from a selection of images from the Muralha Photography Collection

A selection of images from the Muralha (Guimarães Association for the Protection of Heritage) Photography Collection, is the re-turning point for photographers Carlos Lobo and Inês D’Orey. Both have performed a rephotography exercise. The subject is Guimarães, as seen in Muralha’s original images.

Each rephotograph provides a new meaning to its original image, far in time from their creation. These original images are not only documentary memories; instead, they reaffirm themselves as the starting point of a new narrative, always in a permanent state of continuity.

Therefore, rephotography goes far beyond a mere “return and redo”: one can, in fact, do it with the maximum technical, physical and temporal accuracy. However, rather than a plain comparative proposal of a “now and then”, rephotography allows various interesting scenarios.

According to their specific aesthetic language, photographers Inês d’Orey and Carlos Lobo reinterpret the visual compositions that were the basis of this work. Hence, “Revisiting the City” implies a creative exercise as intense as its interpretive one: history and images can’t be repeated; instead, they present autonomous contexts and interpretations that also work as a second chapter for the original images.

Among many suitable thoughts on the erosion or permanence of things, about our position regarding the passage of time and the stories eachimage tells, this rephotographic exercise presents a possible path for breathing new life in to (and reimagining) photographic archives.

Muralha Photography Collection comprises 5000 original photographs from Foto Moderna and from its predecessor, Foto Eléctrica Moderna, including both studio portraits and city images on glass plates and film, depicting the city from the late 19th century until the 1960s. During 2012, the Reimagining Guimarães project, developed by the Cinema and Audiovisual Department of Guimarães 2012 European Capital of Culture, has been responsible for the cleaning, scanning, classifying, exhibiting and publishing of these images.

Rever a Cidade

Refotografias de Inês d'Orey e Carlos Lobo de imagens da Coleção de Fotografia da Muralha

Rever implica regressar: uma série de fotografias do espólio fotográfico da Muralha, Associação de Guimarães para a Defesa do Património são pontos de regresso dos fotógrafos Carlos Lobo e Inês d’Orey para um exercício de refotografia em torno da cidade de Guimarães.

Cada refotografia dota as imagens originárias de um novo sentido, tanto tempo depois da sua criação. Estas imagens primeiras já não são apenas memórias documentais de alguma coisa, reafirmam-se agora como momentos iniciais de uma nova narrativa, em permanente construção.

Refotografar ultrapassa então um simples ir e voltar a fazer: podemos, de facto, fazê-lo com a máxima precisão técnica, física e temporal. Porém, as variações que a refotografia permite aparecem como cenários mais interessantes que um simples proposta comparativa de um antes e de um depois.

Os fotógrafos Inês d’Orey e Carlos Lobo, de acordo com a sua específica linguagem estética, reinterpretam as composições visuais que lhes serviram de mote. Daí que este trabalho de rever a cidade pressuponha uma criação tão intensa quanto o exercício interpretativo que lhe subjaz: a história e as imagens não se repetem, antes nos apresentam contextos e interpretações autónomas, que valem também como um segundo capítulo das imagens originárias.

Entre possíveis reflexões sobre erosão ou permanência das coisas, sobre o nosso posicionamento perante a passagem do tempo e sobre as histórias que se inscrevem nas imagens, este exercício refotográfico permite também compreender uma das várias possibilidades de agitação (e de reimaginação) de arquivos fotográficos.

O acervo fotográfico da Associação Muralha é composto por cerca de cinco mil placas de vidro em gelatino-brometo de prata. Provenientes da Foto Eléctrica-Moderna & Foto Moderna, retratam a cidade desde o final do século xix até à década de sessenta do século xx. Ao longo do ano, o programa Reimaginar Guimarães, da Área de Cinema e Audiovisual da Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, tem procedido à limpeza, digitalização, classificação, exposição e edição destas imagens.


Guimarães. 2012.